segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(In) dependência de quem?

por Tanise Medeiros

Não me agradam as pátrias.
Nada me dizem as fronteiras,
talvez por serem bordadas em sangue
no corpo da minha bandeira.”
(Mauro Iasi)

Chega o bem forjado 7 de setembro trazendo o falso grito, de falsas margens, de uma falsa independênciasociedade com resquícios do passado mais sangrento que ecoa até hoje pelos bem vestidos e bem alinhados, ao compasso da marcha... São desfiles de uma , de verdes soldados armados, de poderes tríplices instaurados, de camburões que observam as ruas... 
 
Era esse o retrato que tomou a capital gaúcha neste dia cinzento.
Para além das margens plácidas, os excluídos e as excluídas saem às ruas de todo o Brasil para um grito pela vida, e foi pela vida da juventude, que jovens das Pastorais da Juventude de Porto Alegre e região metropolitana, saíram às ruas com suas mãos de protesto, dizendo CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS. Muito mais do que caras pintadas e jovens conectados pelas redes sociais, como teima em veicular as grandes mídias, somos jovens engajados na realidade e comprometidos com as causas do Reino. Com nossas cirandas e canções demos um outro sentido ao Parque da Redenção que encheu-se do colorido pejoteiro de tecidos e retalhos, de chimarrão e pipoca, de partilhas e reuniões.
 
Que as imagens registradas neste dia tenham sido às do povo que ainda restou do extermínio colonizador, dos negros e negras falsamente libertos e da juventude que grita e clama por uma real independência, vida digna e justiça social.

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